segunda-feira, 30 de junho de 2008

selvagemente dourado o corpo próximo

inédito o céu escuro para perder-se hoje
e como a tirania do homem me faz crédulo e
como a flecha traiçoeira arrebenta o invólucro.




trouxe marcas para a rua



se me engano, trouxe caixa cheia de burlesco amor
se me engano, pronunciaram perto de mim voz abafada de
quem é segurado impedido.


fechar a porta por fora quer dizer socorro
quer dizer estou indo te encontrar por ai.
abrir meu sorriso sempre indicará guerra.


selvagemente dourado o corpo próximo.
devoto ao saque quero sempre prosseguir indefeso pela natureza áspera de cada pronuncia;
famigerado desejo à tona
meu peito afoita a torre de cimento e sente dor
e que dor caralho que sufoco fêmeo é esse quando respiro acochado?

habilidade sã a que detono dos tetos da casa emprestada
a esquina se prolongando
o asfalto molhado sem cheiro algum.



que solidão meu deus que inferno é esse?





trancado ao invés de resistir
ao contrário de ter coragem e sorte
da lepra dia a dia o sustentáculo torto infalso.



arrebentar a corda
retirar do trono o rapaz
cadafalso de mim aqui
desamolar a foice
apagar a tocha
chover nas brasas do meu corpo.






te digo: és criança forte. não se deixe perder.
casa quebrada é meu tédio de permanecer por aqui
vigilante de um corpo sodomítico
faço-me de visita embora misture pés ao chegar
quebro unhas para entrar de vez em paraíso detonado
engulo sujeira do piso esquelético onde não há móveis.


todas as camas incendiadas e
10 beijos anais dou em quem pode chegar;


casa vagabunda jogada ao léu de juventude
baralho antigo marcando minha carta predileta
números ao contrário
imagens lentas na minha cabeça pra baixo


tenho demônio roendo minhas nádegas
e primavera que nunca tarda,
primavera que sempre atrapalha língua que suplico.






respirar fundo nunca é uma solução.